terça-feira, 17 de abril de 2018

Actualidade: realidade e ficções possíveis

Quando hoje me acerquei dos jovens, falavam sobre a Síria e a possibilidade de alastramento do conflito.
O P. alertava para a necessidade de cada um ter um pacote de bens para sobrevivência. E, sobretudo as raparigas, enumeravam o que devia conter. Já em tom de brincadeira, dizia a B. que era melhor deixar o carro na rua porque a garagem serviria refúgio. E novamente o P. dizia que os índios da Amazónia iriam salvar-se porque sabem resolver problemas e viver com o mínimo.
Fora as brincadeiras, fiquei surpreendida com o objecto da conversa pois é muito raro ouvi-los falar sobre questões deste teor. Não quer dizer que não falem ou que alguns não tenham até conhecimento do que se passa no país e no mundo, porém, o discurso que utilizam é mais de acusação do que de solução.
É certo que o que marca a juventude é a capacidade de apontar o dedo mas também é a fase da dádiva total a uma causa, a busca de soluções impossíveis, a defesa "dos frágeis e oprimidos".
Mas  hoje era a consciência de que não há solução se o ataque partir de um botão que é carregado ou se no rescaldo não houver meios, condições para se se subsistir.
Mais uma vez, aqueles jovens vêm comigo para casa na minha cabeça e eu lembro, lembro e penso e repenso.

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