sábado, 31 de dezembro de 2016

Último dia do ano de 2016

Normalmente este é um dia de balanços, porém, este ano não consigo fazê-lo.
Talvez porque a nível pessoal tudo se encaixa numa certa "normalidade", ainda que haja muito a melhorar, a não deixar estagnar e se mantenham desafios a nível familiar e profissional e sonhos a realizar. (Mas os sonhos são só isso: sonhos e, ainda que não vão ser realizados, constituem-se como matéria desejável e que empurra quando a inércia bate à porta.)
Mas olhando para o mundo, que a todo o instante nos entra pela porta, o sentimento é de tristeza. Como chegámos até aqui? Como deixámos tão completamente de ver no outro a imagem de nós mesmos? Porque deixámos de ver no outro a imagem de Deus. Creio que sim.
Quando nos fechamos a Deus, fechamo-nos ao Outro. Ensimesmamo-nos e tudo deixa de ter ligação e de fazer sentido.
Há pessoas tão boas que se dizem não crentes! Não será antes que são crentes sem o saberem ainda? Deus dá tempo a cada um de nós. A nossa medida de tempo não se compara com a de Deus porque para Deus o tempo é infinito. Por isso, aquilo que parece ser a paciência de Deus mais não é do que o tempo que cada um de nós precisa para dar uma resposta afirmativa a Deus.
Olhar hoje para o nosso mundo é desejar ardentemente que os corações oiçam a voz da Razão, da Esperança, do Amor e ajam em conformidade.
Tantas vidas dizimadas, tantas querelas, tantas batalhas, tanto ódio, tanta guerra! Tantos a deixarem-se guiar pela lógica do lucro e do poder, pela defesa do seu "quintalzinho"!
O ser humano que é tão eficaz para destruir também consegue ser criativo para construir. E foram inúmeras as descobertas científicas que se obtiveram este ano que finda. Como foram muitas as realizações clínicas, as artísticas. Como foram assinaláveis as aproximações entre dirigentes políticos e entre povos. Mas o prato da balança pende para o horror.
Como consigo obviar isso? O que me move é a confiança. Confiança que "Deus dará", assim eu me disponha a isso. Que posso fazer pelo mundo? Pouca coisa, é certo mas acredito que "Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota" Madre Teresa de Calcutá
Que 2017 seja um novo tempo!

Carros encaixilhados

Pois esta foi outra experiência que fiz no verão.

É simples de imaginar como realizar o trabalho em malha baixa e alta mas há que ter alguns cuidados na montagem em quadro.


A moldura do IKEA é simples com descanso mas que pode também ser pendurada.

Caixa de recordações

Esta foi mais uma caixinha para guardar recordações de diferentes etapas da vida de uma criança. Desta feita de um rapaz.

Por dentro, diferentes divisórias marcam "o meu dentinho", "o meu cabelinho", "a minha pulseirinha" e "a minha chupetinha".


Foi um prazer fazer esta lembrança e os papás gostaram.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Almofada bordada

Esta foi uma criação deste mês de Agosto. Pensei muito sobre o que deveria bordar e optei por uma afirmação. Se achar que a frase é foleira "Sempre te amarei", basta traduzir para inglês "I'll always love you". Sim, porque, às vezes, é só uma questão de idioma.

Aqui está o produto final:
Como a fiz?
Nota-se ainda que o tecido foi marcado com vincos, pois assim é mais fácil equadrar o que se pretende bordar.  Em papel, escrevi as palavras com a caligrafia que queria e depois, copiei colocando o tecido sobre o papel.

Escolhi dois pontos - cadeia - para o "S" e o "a":
e ponto pé de flor - para as outras letras:
Decorei ainda com pequenos motivos. Em seguida, usei um tecido de umas calças de pijama já sem uso e um fecho éclair também reciclado.
E pronto, aqui está a minha criação estival.


terça-feira, 9 de agosto de 2016

Momentos

Hoje foi dia de receber uma amiga.
Gosto muito de estar com as pessoas, de conversar de tudo e de nada...
Almoçámos no centro, bebemos café e depois, viemos os quatro até casa onde conversámos mais e saboreámos umas coisinhas que tinha preparado.
São momentos assim que ajudam a criar laços.
O tempo de férias possibilita estes encontros, este tempo para estar e ser.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Ida ao campo

Passei três dias no campo.
O que se faz por lá? Coisas simples, sendo o mais difícil para mim o não fazer nada.
Na verdade, há sempre coisas para fazer: ir olhar a horta à procura dos estragos dos veados ou de alguma flor ou fruto novos; arrancar umas ervas; aproveitar o alpendre e escutar os trinados dos pássaros que por ali esvoaçam; olhar os cumes dos montes; ler; apanhar amoras (este ano até as amoras das silvas estão secas); limpar as teias que as aranhas incansáveis teimam em tecer; preparar petiscos ou o almoço/jantar; dar dois dedos de conversa... Enfim, é um não acabar de tarefas!!!
É bom poder desfrutar do lado doce do campo.
Para quem dele vive, o dia a dia é sempre muito trabalhoso. Limpar, amanhar, plantar ou semear, sachar, regar e depender das condições atmosféricas, das pragas, da qualidade da semente, sei lá! Mas há toda uma sabedoria aliada à atividade rural que só se propaga oralmente, embora haja um esforço grande para a registar e fixar.
Diz-me a vizinha, "pelo S. Pantaleão faz-se isto", "pela Senhora da Guia põem-se os nabos" "se há aguieiros acontece aquilo"e assim por diante.
Para uma citadina como eu, o campo é doce!

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Hoje tropecei neste texto que escrevi há mais de 10 anos. Dá para VER, não dá? Não que foi escrito há 10 anos mas para visualizar. Pelo menos eu, ao lê-lo agora, consigo imaginar a cena.

Uma Questão de Espaço  

   Era uma manhã do início do Verão. O dia amanhecera claro duma luminosidade brilhante.

   Ema saíra de casa sem destino certo. Apetecia-lhe o ar matinal, a luz límpida, eventualmente o calor do sol. Sem outra preocupação que não a de estar, encaminhou-se para a praça. Sentar-se-ia na esplanada, beberia um café reconfortante e sentiria a manhã.

   Àquela hora, os habituais frequentadores salpicavam as mesas que se espraiavam pela esplanada com cálidas trocas de palavras antegozando um esplendoroso dia de sol.

    Sentou-se sob um largo guarda-sol verde de pano. Pediu um café e uma água e preparou-se para saborear a placidez da hora.

   Depois do café, continuou beberricando golinhos de água, observando os que cruzavam a praça, escutando rastos de sons que conduziam a frases sem nexo, descontextualizadas, sem querer fixar-se nesta ou naquela conversa.

   Uma suave brisa levantava-se agora e Ema sentiu-se grata por aquela aragem na manhã dum dia que se antevia quente.

   Lentamente, em gestos desusados, tirou da mala papel e caneta e ensaiava agora, não sei que rabiscos, mais letras ou mais riscos...

   Abstraída por instantes do que a rodeava, encheu páginas em gesto ritmado, seguro e vigoroso.

   A chuva caía copiosamente. A suave brisa arrastara nuvens carregadas que libertavam o seu conteúdo numa chuvada refrescante. Mas como surgira inesperada, espantava os que na praça procuravam o calor do sol. Seria por certo chuva de Verão: forte a cair, rápida a partir.


   Ema deixara-se ficar debaixo do largo guarda-sol que a escudava também da chuva. 

Porém, não na totalidade, pois um ou outro furinho permitiam que passassem pingas pesadas.

   A chuva intensificava-se. E, ou por isso, ou porque o olhar dos outros recaísse sobre a sua pessoa, resolveu-se a abandonar o refúgio daquele guarda-sol verde.

   Procurou então abrigo debaixo das arcadas e o sorriso dos outros, de que se destacava o do empregado de mesa, acompanhara a sua retirada.

   Ao passar, encarou-o, pediu-lhe outro café e sentou-se a outra mesa.

   Voltou a pegar no papel e na caneta e dispôs-se a registar impressões ou sentimentos numa letra miudinha, impercetível para o vizinho de mesa ou qualquer olhar indiscreto."  HES

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Férias de Verão, outra vez

Pois é, em cada ano penso que vou fazer do blogue um compromisso, porém, em cada dia tenho tantas páginas para actualizar e textos para escrever que este blogue fica para trás.
Depois tento clarificar as motivações.
O que me move hoje a escrever?
Gostaria de partilhar ideias, reflexões, dar a conhecer histórias e historietas...
Mas alguém leria? Alguém acharia interesse num desfilar de palavras de uma desconhecida?
O que nos leva a ler ou seguir o que outros escrevem?
E pronto, não sei se vou persistir na escrita com a periodicidade que gostaria mas posso sempre tentar.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Há lugares...!


Há lugares por que ansiamos pela sua beleza natural, pela paz que nos dão, pelas memórias que evocam.
Não concordo, por isso, com a canção: "Nunca voltes ao lugar, onde já foste feliz..."
Nós mudamos mas os ecos permanecem.

sábado, 14 de maio de 2016

Escrever

Um monte de folhas em branco é uma promessa, um desafio.
Torna-se um desafio quando há que preencher a folha e a palavra teima em não sair, em não se fixar, ficando a bailar na mente ou desfazendo-se como espuma. E é uma promessa de que ao ficar preenchida, o que habitava quem escreve já se transferiu e transformou, até.
Escrever faz bem à alma. Não é preciso ter talento mas saber escrever, mesmo que de forma pouco correcta. Deixar brotar palavras, expressões, frases, segmentos vários, enfim, é uma forma de libertação.
Quando alguém escreve, "escreve-se" e isso ajuda também ao autoconhecimento e à organização interior.

Escrever - escrita criativa
Talento para escrever nem todos têm mas se é esse o seu caso, ter talento, não hesite em pô-lo a render. Escrever histórias, compor poemas são exemplos de criações.
Para além do talento, há técnicas para o melhorar e, por isso, há que "ir aos treinos": escrever, escrever, escrever.
Se quer escrever, quer por passatempo quer como ocupação, não desista às primeiras tentativas.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Cozinhar...com gosto

Cozinhar
Aqui está uma área que no dia a dia é, tantas vezes, maçadora mas se compreender que cozinhar é um acto de amor, toda a sua relação com a cozinha mudará.
Cozinha-se para quem se ama, pelo que também cozinha quem vive sozinho. (Devemos gostar de nós próprios, em primeiro lugar.) Pensar a refeição, escolher os alimentos, combiná-los, do pouco fazer muito, tudo isto são gestos de amor. Mesmo nos dias em que a refeição
poderia ser diferente, mas a disposição e o cansaço só permitem ovos ou salsichas, isso também é um acto de amor.

Cozinhar com gosto
A cozinha é uma área fascinante que permite conhecer, experimentar, combinar...
Conhecer diferentes povos e culturas através da gastronomia é uma tentação. Há canais televisivos com múltiplos programas, diversas publicações com receitas de quase todo o mundo e experimentá-las pode ser uma verdadeira aventura para as emoções e os sentidos.
Primeiro há que arranjar os ingredientes, o que o leva a conhecer alimentos tantas vezes diferentes daqueles que usa habitualmente. Porém, estes  nem sempre estão à mão, o que pode levar a que tenha que se inventar algo equivalente. Depois há que ter paciência e persistência para se conseguir fazer o prato desejado.
Finalmente, a fase de experimentar e combinar ingredientes, texturas, cores e cheiros fá-lo-á sentir-se pleno.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

O que é que me faz feliz? O que é a felicidade?

O que é que me faz feliz? Várias coisas, e não necessariamente assim priorizadas: o sol a brilhar, ter saúde, os meus filhos satisfeitos, comida saborosa, uma chuveirada morna, a lareira a crepitar, um abraço sentido, um presente inesperado, uma surpresa agradável, uma tarefa realizada, um elogio, ficar em casa num dia de chuva com a lareira acesa, sentir que, às vezes, faço a vontade de Deus. Mas, sobretudo, saber (acreditar) que Deus me acompanha. Para mim, isto não é conversa fiada, é mesmo verdade.

O que é a felicidade? Fazer a vontade de Deus. Em cada dia, isso concretiza-se (ou não) na minha relação com Ele e com os que me rodeiam.
Na oração, nas suas múltiplas modalidades, vou construindo a relação com Deus e procurando chegar ao Seu conhecimento interno.
Na relação com os outros, vou experimentando o rosto e os braços de Cristo.

sábado, 19 de março de 2016

Dia do Pai 2016

Celebra-se hoje o Dia da Pai. O meu sempre foi querido e do meu <3. Continua a ser um bom amigo, também.
O dos meus filhos sempre gostou muito de brincar com eles em pequeninos e sempre ajudou em tudo. Somos sortudos!
As redes sociais hoje enchem-se de mensagens e fotos alusivas ao pai de cada um. Repassam-se imagens, vídeos; reage-se às publicações de que mais se gosta e comenta-se.
Hoje telefonei ao meu pai. E tu? procuraste o teu? falaste-lhe? abraçaste-o, ainda que só com palavras?

s.josé na carpintaria é chamado por Deus.